Inumeráveis diagnosticadores – Segundo Marc Brivet, presidente da “Associação para o Reconhecimento da Radiestesia Médica” (até agora não conseguiram e esperemos que não consigam!) havia em 1954 na França mais de 40.000 pessoas que praticavam a radiestesia. Quase todos se arriscavam a “estabelecer diagnósticos e a tratar doentes”.
O Dr. Colinon e o grande parapsicólogo Robert Amadou após suas pesquisas, não acham este número exagerado. E o número vai sempre em aumento. Acrescentemos os outros diagnosticadores não-radietesistas, evidentemente mais numerosos. E em outras partes do mundo. E ficaremos assombrados com o número ingente de curandeiros diagnosticadores no mundo.
Radiestesia – O nome radiestesia, no seu sentido específico e etimológico (perceber radiações), não corresponde à realidade, salvo em raríssimas ocasiões.
Os teóricos da radiestesia argumentam (?) que é possível perceber as radiações cerebrais que correspondem aos diversos estados de saúde, da mesma forma que as percebe o eletroencefalógrafo. “O receptor biológico, o homem, é mais sensível do que o receptor físico, o eletroencefalógrafo”, afirmam.
–É verdade, no inconsciente existe a Hiperestesia (direta: HD; e indireta do pensamento: HIP, como provamos na 1ª serie sobre “A prodigiosa sabedoria do inconsciente”, ou no libro “A Face Oculta da Mente). Mas isto não quer dizer que esteja provada, para estes casos, a radiestesia. Analogia não é argumento.
Não negamos que um radiestesia possa captar, até sem contato, por hiperestesia inconsciente, essas mínimas emissões elétricas do cérebro de outra pessoa, como inconscientemente se captam muitas “radiações humanas”. Mas ainda ficaria o problema por parte do inconsciente do radiestesista da interpretação dessas captações. Mas ainda fica o problema da manifestação ao consciente.
Não negamos que em algum caso essa captação e interpretação possa se manifestar por movimentos da mão ampliados pelo pêndulo. Mas, neste caso, o fenômeno entraria de cheio no terreno dos fenômenos parapsicológicos. Não seria um fenômeno comum e regular como pretendem os radiestesistas. Seria um fenômeno parapsicológico, não um fenômeno orgânico comum e portanto essencialmente irregular, incontrolável como todo fenômeno parapsicológico e sujeito a mil erros pela intervenção do psiquismo inconsciente e seu vasto e complexíssimo mundo.
Diagnóstico por radiestesia?
A mesma coisa, ou muito mais!, devemos dizer com respeito às demais afirmações dos radiestesistas sobre o diagnóstico “médico”.
O radiestesista compara a radiação humana vital (?) com as radiações das substâncias químicas de um órgão sadio, que seriam diferentes das dos órgãos doentes. Pondo-se o remédio na mão do doente, o pêndulo giraria numa direção quando o remédio é conveniente; na direção contrária quando desaconselhável, e ficaria quieto quando o remédio fosse inútil. Inclusive, pela amplitude dos movimentos do pêndulo, determinar-se-ia o grau de conveniência ou inconveniência do remédio, e o grau de acerto ou erro do diagnóstico. Idênticos poderes se teriam para a localização de órgãos afetados, etc.
Nenhuma destas afirmações está comprovada. Ao contrário, comprovou-se cientificamente que são falsas. Alguma vez também o radiestesista pode acertar, como pode errar pelos inumeráveis fatores de erro do psiquismo. Porque a radiestesia é uma de tantas técnicas ou mancias, “a gosto do consumidor”, para a manifestação dos conhecimentos e adivinhações, erros, invenções ou associações do inconsciente, como a psicografia, “oui-já”, movimentos do copo ou da mesa, projeção alucinatória na bola de cristal ou cristalomancia, oniromancia, etc.
A radiestesia “médica”, por conseguinte, entra de cheio no âmbito escuro do curandeirismo.
Repercussão orgânica – O Dr. Calligaris, professor de Fisiologia na Universidade de Roma e parapsicólogo, entre milhares de experiências sobre as placas epiteliais cita a que indicaria, por exemplo, se a quantidade de alimento, veneno ou remédio, que se tem na mão, está ou não dentro dos limites máximos compatíveis com a saúde normal daquela pessoa nesse momento. O mesmo aconteceria tocando-se na fotografia ou num manuscrito que descrevesse esses remédios, etc.
As experiências do Dr. Calligaris, são muitas e impressionantes. Mas também, em primeiro lugar, precisam ser confirmadas, como ele mesmo confessa. Em segundo lugar, a reação em tais placas corresponderia, como percebe Calligaris, à adivinhação inconsciente a respeito das substâncias em questão, não a um influxo das substâncias, ou da sua fotografia, ou do manuscrito…, sobre o organismo do radiestesista.
Também desta maneira podem-se explicar alguns diagnósticos e receitas dos curandeiros. Seria uma espécie de HIP ou HIE (veja-se a serie ou livro citados): o curandeiro adivinharia através das excitações das placas ou através de outra série de reflexos, o pensamento ou mesmo a adivinhação inconsciente do próprio consulente. Não é um fenômeno orgânico, mas parapsicológico. Adivinhação de adivinhação. O curandeiro se exporia, pois, a inúmeros erros por duplo motivo.
Diagnóstico em sonhos – O diagnóstico divinatório de doenças empregou outras inumeráveis técnicas, sendo relativamente comum em todas as épocas e civilizações. Por exemplo, a oniromancia ou adivinhação através dos sonhos.
Sem cair, de um lado, nos exageros dos ocultistas, magos, adivinhos, nem, de outro lado, nos exageros e abusos inclusive de certos psicanalistas freudianos, não há dúvida de que a oniromancia tem algum fundamento e, concretamente, para o diagnóstico de doenças. Tem sido usada desde a Antigüidade. É evidente, porém, que com enorme perigo de subjetivismo e erro, confundindo eventualidade com regularidade!
Já os sacerdotes médicos gregos analisavam os sonhos para diagnosticar o estado humoral ou surpreender nos seus começos certos processos morbosos. Descreveremos alguns casos em próximos artigos.
Aristóteles alude a isso. Em seus tratados de Medicina, Hipócrates e Galeno tratam dos diagnósticos por sonhos. Hipócrates inclusive aprendeu grande parte dos seus conhecimentos de Medicina estudando as descrições das doenças e remédios sonhados, tal como se conservavam nas inscrições do templo de Esculápio, em Cós, cidade onde ele nasceu e viveu. O grande médico Galeno, nascido na Ásia Menor, no ano 129 d.C., afirmava que em algumas ocasiões ele mesmo sonhara não só com o diagnóstico, mas também com o modo de tratar certas doenças.
O inconsciente avisa – Esses eventuais sonhos de diagnóstico até muito precoce são explicados perfeitamente pelo talento do inconsciente, que simboliza e exagera os mínimos sintomas que capta hiperestesicamente (rarissimamente por telepatia, extrasensorial).
Abundam os exemplos. Os Drs. Meunier e Masselon citam o caso de uma menina que, em sonhos, sentia que lhe apertavam a cabeça com um torno. Pouco depois se apresentavam sintomas de meningite.
Os Drs. Vaschide e Pierón referem o caso de outra menina que sonhara com um carregador que lhe punha sobre o pescoço uma caixa muito pesada: poucas horas depois de acordar, apareceu angina.
Dias antes de surgir uma ferida maligna na perna. A. de Villeneuve sonhou que um cachorro o mordia.
Gessner sonhara que fora picado por uma serpente, surgindo mais tarde no lugar da picada uma úlcera, causa de sua morte.
Macário sentiu em sonhos a garganta fortemente inflamada. Acordou em perfeita saúde. Horas depois se manifestava violenta amigdalite.
Um estudante sonhara que sentia dor no peito e que aumentava ao respirar profundamente, produzindo tosse. Quando acordou, sentiu-se perfeitamente e, por conseguinte, não deu importância ao sonho. Dois dias depois, porém, surgia a febre e dor no lado, tendo o exame revelado inflamação pleural.
São tantos os caos semelhantes que é completamente inaceitável atribuí-los à casualidade. Como também é inaceitável atribuí-los todos, ou na maior parte, à inversão do processo, atribuindo as doenças ao influxo da imaginação excitada no sonho.
Nas antigas experiências de magnetismo e nas modernas de hipnotismo, os casos de “lucidez médica” tem atraído a atenção (às vezes em demasia).
A experiência mais simples e clássica é pôr um hipnotizado em relação com uma pessoa atacada de uma doença qualquer, ignorada pelo pesquisador. Se o próprio doente não sabe com precisão em que consiste sua doença, se não tem instrução do ponto de vista médico-fisiológico, o fator leitura-do-pensamento ficará anulado tanto quanto possível.
Nestas circunstâncias, o hipnotizado tendo entre as suas as mãos do paciente, tentará como que contagiar-se; sentir dor em si mesmo exagerando os sintomas da doença, ou ver os próprios órgãos correspondentes aos afetados no paciente.
Se o hipnotizado é predisposto à lucidez médica, alguma vez poderá por esta espécie de transposição da sensibilidade (pela hiperestesia direta ou indireta), fazer um diagnóstico mais ou menos preciso.
Não é propriamente a “transposição da sensibilidade” o que nos interessa aqui, mas o diagnóstico. A “transposição da sensibilidade”, isto é que o dotado sinta no seu próprio corpo a doença do consulente, não é mais do que o modo de expressão da adivinhação do inconsciente, como poderia expressar-se pela escrita automática, pela “brincadeira do copo” e por outras maneiras, até pela dermografia (estigmatização).
O inconsciente do adivinho manifesta seu diagnóstico com dores nas partes do seu próprio corpo, que podem corresponder (ou não!) às realmente doentes no corpo do consulente, presente ou ausente. Também pode experimentar dores em relação a pessoas já falecidas (o que só a falta de lógica própria dos espíritas pode aceitar que estarão ainda doentes “no além”), como por exemplo aconteceu nas experiências realizadas pelo Dr. Osty. Ou em relação a pessoas fictícias ou doenças inexistentes…
Desta maneira se explicam alguns diagnósticos dos curandeiros.
Os êxitos nestes casos de HIP não são regulares, mas certamente são menos raros do que aqueles nos quais nenhum dos presentes conhece a doença e seu tratamento. Se a HIP é pouco freqüente, a ESP (Percepção Extra-Sensorial à distância, do passado e inclusive do futuro) é exceção.
“Numa reunião em nossa casa (…), com a assistência de três conhecidos médicos e uma senhorita recém-apresentada, a vidente (a senhora da casa, D. Maria Amanda Ravagman de Fernández) disse: ‘a senhorita tem algo menos bom em seus rins (…) Tem um pouco de albumina’. Um dos médicos presentes, o Dr. Juán A. Schoeder, diretor de Laboratório do Hospital Muñiz, fez no dia seguinte a análise correspondente e encontrou pequena dose de albumina”.
Explicação?: conscientemente a Srta. A. não sabia nada da sua própria doença. Mas o inconsciente a sentia. Muito freqüentemente, espíritas mal intencionados se disfarçam até de cristianismo para melhor enganar no exercício do curandeirismo.
Diagnóstico à distância – O inconsciente é hipersensível (hiperestésico) e pode sentir os mínimos sinais ou pródromos absolutamente iniciais de uma doença.
Quando um fato se refere a nós mesmos (ou a seres ligados a nós afetivamente) e, se além disso, é um fato importante, precisamente por isso o fato está mais excitado no nosso inconsciente e mais facilmente é captado pelo adivinho. É o fenômeno chamado HIE: Hiperestesia sobre o Inconsciente Excitado.
Com o chamado mecanismo “em L” ou “a três”, alguém capa de nosso inconsciente alguma coisa que nós temos inconscientemente adivinhado com respeito a uma terceira pessoa. Se consultarmos um adivinho ou curandeiro sobre a saúde de parente, alguma vez pode adivinhar. Mas, se lhe perguntarmos por carta, dificilmente adivinhará: a manifestação da ESP é raríssima, mas não é tão rara a manifestação da HIP.
Se adivinhassem, arruinar-se-iam – Consideramos importantes estas distinções entre adivinhação sensorial e extra-sensorial. Os parapsicólogos da Escola Norte-Americana, de grande influxo nos parapsicólogos de todo o mundo, confundem freqüentemente qualquer adivinhação sensorial com a extra-sensorial. Tratando-se de percepção extra-sensorial, nunca seria preciso visitar curandeiros (ou adivinhos em geral, que igualmente poderiam diagnosticar à distância), As grandes organizações econômicas de hotéis, agências de viagens, etc. ficariam enormemente prejudicadas; o entusiasmo sugestivo e contagiante diminuiria; se as adivinhações fossem extra-sensoriais, automaticamente viria a ruína dos curandeiros e seus associados.
Em resumo podemos dizer: é possível adivinhar parapsicologicamente. Se nenhum dos presentes tem ciência do diagnóstico, a adivinhação é absolutamente mera exceção. Se algum dos presentes o conhece, a adivinhação, sem deixar de ser perigosa e pouco freqüente, não será tão excepcional.
Sabemos errar sozinhos – Fazer uma viagem, hospedagem…, gastar dinheiro para que o curandeiro nos diga, alguma vez, o que eles mesmos ou seu médico já sabem, é algo completamente infantil.
Com o perigo de que confirme o que acreditam erradamente. Como no caso, entre milhares, do Sr. Castillo, de Lins:
Arigó (José Pedro de Freitas), afirmou que o Sr. Castillo sofria de câncer e receitou “remédios” contra o câncer. O médico de Lins afirmava que, na realidade, não era câncer. Fizeram-se todas as análises clínicas, sempre com resultado negativo. Mas o Sr. Castillo temia que fosse câncer, que a família lhe estaria ocultando.
Arigó confirmou o erro do Sr. Castillo. Este chegou a pesar 37 quilos, apesar de ser um homem de quase 1.80 m de altura. Pouco depois estava à morte. Continuava acreditando que tinha câncer.
O médico, seguro de que o diagnóstico de Arigó era falso, queria operar. Por fim, visto que Arigó não o curara, o Sr. Castillo permitiu a operação. Era tumor benigno no pâncreas. Hoje o Sr. Castillo vive forte e sadio. Fiando-se de Arigó, que “adivinhou” (ou se inteirou?) o seu pensamento, quase morre “vítima de um câncer, que não tinha”. O médico disse que a operação e a convalescença estiveram muitíssimo prejudicadas por não se ter submetido à operação, senão “no último momento”.
Outro aspecto. Escreve o parapsicólogo argentino José Salvador Fernández:”Visitávamos, num grupo de pessoas, o conhecido vidente Mister Eric Luck, na residência que ocupava, perto do povoado de Temperley, onde atendia de forma desinteressada (?) e cordial a seus convidados. Entre os assistentes estava o Dr. Olives, conhecido odontólogo, a quem Luck disse de imprevisto: ‘O senhor tem um molar cariado’. A resposta foi: ‘não’. Seguiu nova afirmação de Luck. O Dr. Olives, molestado, revelou que era dentista e que não tinha dente algum nessas condições. Mas Luck, assinalando com o dedo um lado do próprio rosto, tornou a afirmar categoricamente: ‘Asseguro-lhe que neste ponto, há um molar que poderá estar bem por fora, mas por dentro está oco. Sinto que há um vazio aí. E logo veio a explicação do Dr. Olives: ‘Bem… aí me falta um molar´”.
Adivinhação real, mas só parcialmente manifestada e interpretada com diagnóstico errôneo.
Desafio aos curandeiros – A adivinhação, hiperestésica ou extra sensorial,
não pode ser de manifestação regular e certa, sendo numerosíssimos os fatores de erro em toda manifestação do inconsciente. Mas o povo não aceita muitas vezes o ditame científico, preferindo acreditar nos curandeiros. Por isso alguns sábios mais humanos têm descido ao nível popular empregando um argumento “convincente”: o desafio.
No Brasil o Dr. Xavier de Oliveira, prestigioso psiquiatra do Rio de Janeiro, autor do livro “Espiritismo e Loucura”, apostou uma boa quantia: Desafiava o curandeiro, que se apresentava sob o pomposo título de “Professor Mozart”, a fazer no hospital o diagnóstico de um doente qualquer. Não paciente de alguma dessas doenças para as quais baste simplesmente ver o paciente, e sim dessas doenças que sem análises clínicas, ou sem interrogatório dos sintomas, o médico não pode diagnosticar. O “Professor Mozart” fugiu ao desafio.
Eu mantenho desde 1964 a aposta de dez mil dólares contra mil, a qualquer curandeiro, pastor exorcista com seu “endemoninhado”, médium espírita…, ou adivinho de qualquer espécie, para me acertar quatro entre cinco cartas de um baralho que eu misture. Eu e o “juiz”, para facilitar, podemos olhar as 5 cartas que saírem ao acaso do baralho bem misturado.
Existe a adivinhação, mas é essencialmente espontânea e incontrolável. Por que abrem “consultório” sobre todo tipo de problema, ou para diagnosticar qualquer doença e remédio? Anti-científico! Aposto dez mil dólares contra mil.
Espontaneamente, alguma vez, uma pessoa poderá sonhar, por exemplo, com uma ou duas, até excepcionalisimamente até com as 5 cartas separadas do baralho. Mas, com hora marcada, como os curandeiros, adivinhos…
Espertalhões à parte – É evidente que em tudo o que temos dito sobre os diagnósticos, prescindimos da charlatanice aberta dos que montaram uma rede mais ou menos completa de “espionagem” para inteirar-se, antes da visita ao curandeiro, da doença que afeta os consulentes mais importantes e influentes e do tratamento adequado.
Também prescindimos dos diagnósticos, nada meritórios, que possa fazer com uma simples observação quem tem, às vezes, muitos e muitos anos de prática de curandeiro. Ele dirá que lhe foi “revelado” do alto…
Também não consideramos os diagnósticos dessas “doenças” sumamente comuns num grande número das pessoas que consultam o curandeiro: a desnutrição, a fome e o sofrimento com todas as conseqüências. O curandeiro fingirá “mistérios” e receitará simplesmente fortificantes e calmantes.
Conversas habilidosas – O curandeiro procura, habilmente, dentro das suas possibilidades, aprender do médico, do farmacêutico, do enfermeiro.
O médico espírita Cícero Valério afirma, por exemplo a respeito do curandeiro Zé Arigó: “Acompanhamos algumas consultas clínicas. O Dr. Fritz (personalidade inventada; seria o espírito (?) de um médico falecido a quem Arigó responsabilizava pelo seu exercício ilegal da Medicina) me perguntou se conhecia algum produto farmacêutico lipotrópico recentemente lançado. Citei um, tendo como base o ácido lenoléico, o que lhe causou viva admiração, ao verificar que eu estava ao corrente das novidades terapêuticas, informando-me que já tinha conhecimento do produto, antes mesmo do seu lançamento”.
Não entraremos em discussão sobre se Arigó (Fritz ?!) de fato já conhecia ou não esse remédio. Citamos o acontecimento unicamente como anedota que mostra a técnica muitas vezes empregada por Arigó e outros curandeiros: provocam uma conversa perante médicos benévolos, a respeito do que lhes interessa saber… Posteriormente, quando o curandeiro fizer uso do que ouviu dos próprios médicos, o médico partidário e fanático seguidor do espiritismo perguntará demonstrando sua ingenuidade: “Como poderão ser interpretados fenômenos de tal natureza, já observados por grande número de médicos que passaram por Congonhas? É humanamente impossível a um indivíduo inculto, completamente ignorante de assuntos médicos…”
Medicina é uma coisa, Parapsicologia é outra. Realmente é inadmissível que um médico como Cícero Valério não compreenda que não corresponde aos médicos desmascarar ou investigar charlatanice, técnicas e habilidades, ou qualquer outra maravilha real ou aparente. E os médicos espíritas certamente são os menos indicados para esta tarefa.
Arigó inicialmente se lançava irresponsavelmente a diagnósticos fáceis. Mas, tendo cometido erros crassos, como o de diagnosticar lepra em uma pessoa portadora de albinismo, terminou por aprender a ser prudente. Na pesquisa do CLAP comprovamos amplamente que, nos últimos dez anos, o Dr. Adolfo Frizt (?!) passou a exigir que lhe levassem o diagnóstico feito pelo médico. Nestes casos, diagnosticava acertadamente, se a medicação lhe fosse conhecida após tantos anos de curandeirismo; em casos de doença desconhecida, acudia a receituário padronizado, tipo fortificantes, ou tinha o atrevimento de dizer, e nos consta que o disse em milhares de casos: “Tenha paciência, não vou curá-lo, porque você está pagando pelas más ações da reencarnação (?!) anterior”. E o paciente tinha que se conformar sem procurar médicos nem remédios!, ate morrer…
Quaisquer canções, inclusive católicas, e aos gritos; quaisquer mentiras; quaisquer teatralidades…
servem para encadear os doentes de boa fé e burlar-se deles.
Os diagnósticos de Arigó –
Mesmo assim, o receituário de Arigó era de uma monotonia desesperante. Mesmo alguns espíritas alheios ao “truste Arigó”, o acusaram disso. Assim, após a morte de Arigó, tornava-se público que a própria “Campanha de Difusão do Espiritismo” em Minas Gerais teve que reconhecer que o receituário era padronizado. Assim, por exemplo, um total de 11 pessoas, apesar de apresentarem sintomas diferentes, receberam receitas igualzinhas, datilografadas.
Deve-se ter em conta que Zé Arigó teve muitas oportunidades de aprender diagnósticos e remédios porque fora durante muitos anos funcionário do antigo IAPETC (Instituto de Aposentadoria e Pensões de Transportadores de Carga), hoje absorvido pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), onde estava em contínuo contato com doentes e médicos e distribuía medicamentos. Y durante mais de 20 anos de curandeirismo, esteve sempre rodeado de médicos espíritas.
Edgar Cayce, “o magnífico” – Edgar Cayce morreu a 5 de janeiro de 1945. Dirigida pelo seu filho, a “Edgar Cayce Foundation” de “Virgínia Beach”, segue fazendo rodar, por todas as partes, o espiritismo, o curandeirismo, o reencarnacionismo sobre as rodas do mito Edgar Cayce. Outra organização, a “Association for Research and Enlightenment” (“A.R.E.”, Presidente Hugh Lyn Cayce, o filho de Edgar Cayce), publica uma revista de propaganda do curandeiro. Segundo esta propaganda, “o que mais caracterizou Edgar Cayce foram os diagnósticos médicos por vias parapsicológicas” (?!).
Propaganda “modelo” – A propaganda segue os roteiros de melhor gabarito: o pobre curandeiro era completamente ignorante! Um simples camponês de Kentucky! Não quer adquirir conhecimentos médicos! Não lê nada! Não pergunta! Etc. Na realidade Edgar Cayce deixou abundante material escrito com milhares de citações. O principal papel atual da fundação e da A.R.E. seria o estudo e publicação dos escritos do “grande mestre”)
Continua a propaganda: Ele não queria exercer o curandeirismo! Foi forçado pelos seus amigos! Ele teria preferido passar tranqüilamente seus dias, primeiro como peão agrícola na fazenda de seu tio, depois como balconista numa livraria de Hopkinsville; por fim, como pacato dono de uma simples loja de fotografia.
E mais: Foi obrigado a não esconder os dons que Deus lhe concedera. Seria egoísmo! Era seu dever ajudar os aflitos. O céu o castigaria se deixasse de comunicar os diagnósticos com que “sonhava”! Uma vez ficou mudo por não ter revelado o diagnóstico!
E mais. Uma condição: ele não cobrará um centavo nem receberá presentes. Não pode cobrar o dom que gratuitamente recebeu de Deus! É em benefício da humanidade! Ele é um santo e um mártir do seu dom! Não é culpa dele que quase só as pessoas ricas possam fazer longas viagens vindo dos mais diversos países do mundo para visitá-lo em “Virginia Beach”, hospedar-se nos luxuosos hotéis, esperar dias para serem atendidos: é tanta procura…!
Na realidade: a riqueza acumulada por Edgar Cayce e os dólares de que agora dispõe a “Cayce Foundation” e a “A.R.E.”, “organizações sem fins lucrativos” (!?), são imensos, simplesmente incalculáveis.
Muito importante: “para não se deixar influenciar”, prefere diagnosticar na ausência dos doentes! Ele não quer vê-los! Mas claro, é imprescindível que venham às instalações do centro de “curas”: os médicos (do truste) precisam assistir às sessões de adivinhação e controlar os diagnósticos que ele dá em ausência…
As “curas”? Inumeráveis, maravilhosas, devidamente homologadas! Testemunhos admiradíssimos de alguns médicos! O secretário local do Sindicato Médico é um apaixonado pelo caso Cayce!
Ele mesmo não pode acreditar nas maravilhosas “curas” que se realizam nos que seguem seus conselhos! Resiste a acreditar e, levado pela sua imaculada honestidade, não resiste a manifestar seus escrúpulos aos seus consulentes! Estes ficam pasmados da honestidade e sinceridade de Edgar Cayce e seus colaboradores!
“Chavões” – O próprio Edgar Cayce teria dado a explicação parapsicológica (a Parapsicologia! Nos “chavões” da propaganda não podia faltar a ciência da moda) do seu “maravilhoso” dom: Cayce declara no seu transe “que estava em condições de por-se em contato com qualquer cérebro humano vivente”. Assim podia utilizar as informações contidas naquele ou naqueles cérebros para fazer o diagnóstico e recomendar o tratamento adequado nos casos que se lhe apresentavam… “O conjunto de todo o saber da humanidade”!
Ah! Ainda faltava um “chavão” na propaganda. Como nos melhores casos, também Edgar Cayce morre no dia e hora que ele mesmo teria anunciado! Vítima de uma doença misteriosa incurável (se não, ele a curaria!)! Só ele sabia qual era essa doença!
Análise da “máquina” diagnosticadora – Creio que seria uma ofensa à inteligência do leitor (especialmente se leu os seis artigos da primeira série, e alem do mais quando analisemos os adivinhos veremos os fabulosos erros do fabuloso Edgar Cayce), frisar que não correspondem à verdade a maravilhas que se espalham aos quatro ventos sobre Edgar Cayce. O conteúdo dos livros publicados pelas poderosas “Association for Research and Enlightment” e a “Edgar Cayce Foundation” é uma amálgama de exageros e falsidades, apesar de testemunhos, inclusive de médicos (do truste).
Não é difícil analisar essa “máquina” de fazer diagnósticos. Máquina publicitária. É oca. Visto e comprovado: quanto mais famoso um curandeiro, menos verdade encerra.
interessante…
Nanda… Obrigada pelo comentário! Continue participando!
Deixem de fazer obras diabólicas contra a humanidade, muitos estão a utilizar a arma diabólica por inocência, tudo que é feito por dinheiro ou afins é obra diabólica, apenas quem tiver poderes sobrenaturais tem que praticar exorcismo para expulsar Satanás do corpo do doente, e só no nome de Deus todo poderoso Criador do Céu e da Terra é que Satanás sai do corpo do doente com a Oração ao Anjo São Gabriel, Obras de Deus não de pagam são para o bem comum.
Agradecemos seu comentário!